segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Abertura

Kyrie Eleison resume tudo o que há para dizer sobre o nosso destino. Que o Senhor tenha piedade de nós. A liberdade que marcou o projecto dos tempos modernos tornou-se agora um fado mais duro e inexorável do que aquele que habitava as tragédias gregas. A liberdade de alguns confiscou a liberdade de milhões e, como por um passe de mágica, petrificou-a em pura necessidade. Entre o que fazemos e o que nos acontece há, mais uma vez, uma desmesura infinita. A vida, que por um momento pareceu brotar da liberdade, tornou-se uma enorme colónia penal, onde cada condenado suporta o peso da irrevogável necessidade. Não tragam rosas pela manhã. O tempo é de crisântemos. Kyrie Eleison, um blogue para os tempos de chumbo, a minha visão da luz e das trevas.

4 comentários:

  1. Estava curiosa sobre o nome do blogue (cheguei aqui pelo link de A Ronda dos Dias. Gostei do que li.

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  2. Muito obrigado pela amabilidade. Espero que volte.
    JCM

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  3. Cheguei ao fim, quer dizer ao princípio, da leitura dos poemas. Agora há que voltar para os reler e de novo gostar.
    Um abraço

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