sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O apreço pela democracia em Portugal



O desabafo de Passos Coelho, hoje, à saída do Parlamento, depois do debate quinzenal, é esclarecedor do grau de enraizamento da democracia nas nossas elites políticas: “Vamos trabalhar, já são horas.” Dir-se-á que foi um acto falhado. Mas não é nos actos falhados que se revela a verdade inconsciente? No fundo, a democracia é uma enorme chatice. O Prof. Salazar sabia-o bem. Por isso só havia uma cor na Assembleia e ele não perdia tempo com essas coisas menores de ouvir e discutir com a oposição. Não foi por acaso que, naquele infeliz concurso televisivo, o velho ditador foi eleito como o maior português de todos os tempos. A democracia para os portugueses, mesmo para a generalidade das elites políticas, é um assunto da razão e da conveniência mas não do coração. 

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