sábado, 23 de junho de 2012

Toiro

Roberto Domingo - Al natural

Um instante mais, um passo errado, o súbito inebriamento trazido pelo sangue. Vem, vem, irmão. Toda a tua morte é a minha vida, o teu sangue alimenta-me, cresce em mim, dá-me a força para fugir da arena, dos acenos da afición, dos olés tresloucados. Odeio pasodobles, odeio a multidão que espera a tua morte, odeio cada triunfo sobre ti. Eis o instante, não te deixes enganar pela ilusão da capa, pelo langor da minha arte. Vem, anjo negro da morte, troco o meu sangue pela tua vida, a minha morte pelo teu triunfo. Eh toiro, toiro, eh toiro…

3 comentários:

  1. "Ya luchaban la paloma y el leopardo
    a las cinco de la tarde." :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. ¡Eran las cinco en todos los relojes!
      ¡Eran las cinco en sombra de la tarde!

      Eliminar
  2. Toda a gente deveria ler e reler o conto de Torga, em Os Bichos, Miúra...a perspectiva do que sente um touro que vai para a arena e acaba por ser morto para gáudio da multidão. Acabe-se de vez com as touradas, por favor!

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.