quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O nosso super liberal

Jacson Pollock - Masked Image (1938-41)

Esta história da Tecnoforma é ilustrativa do que é Portugal. Aquilo que me interessa não são as teias das juventudes partidárias ou as possíveis irregularidades perante a lei. Por certo, não haverá irregularidades. Mas nem tudo o que é legal tem valor moral. Muitas vezes a própria lei consagra práticas que a boa vontade do homem comum reconhece de imediato como contrárias à lei moral. O que me interessa é compreender como os nossos campeões da luta contra o Estado só o são quando lhes convém. Passos Coelho, agora apresentado como o primeiro-ministro mais liberal de Portugal, como o campeão da luta contra a presença do Estado seja lá onde for, ainda há poucos anos era consultor e depois administrador de uma empresa que vivia, em parte significativa, dos fundos desse próprio Estado, ao fornecer formação para as autarquias. Um liberal ter-se-ia recusado a participar nesse verdadeiro atentado contra os contribuintes e tê-lo-ia denunciado como imoral. O programa Foral envolvia cem milhões de euros e tinha a origem no governo socialista de Guterres. Nessa altura, contudo, Passos Coelho ainda não deveria ter descoberto as virtudes do pensamento de Friedman, Hayek e von Mises, nem ter descoberto os malefícios do socialismo. 

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