Gustavo Torner - Átomos: Los Cuatro Elementos. Aire (1986)
44. Quatro elementos: Ar
As folhas tocadas pelo vento inclinam-se,
tecem um tapete de sombras,
um rosário de velas soprado pelos lábios,
o fumo que se ergue para os céus.
A voz corria pela planície,
embarcava num veleiro de cinza,
crescia no matagal do coração.
Se havia névoa, esperávamos a brisa matinal,
e tudo se decompunha pelo ruído do tempo.
Fragmentos de madeira, restos de vidro,
a poalha iluminada pelo sol.
Em silêncio, vejo o mundo dissolver-se
e espero que o vento limpe os campos
e leve para longe as folhas
onde, anónimo, um dia escrevi o teu nome.
tecem um tapete de sombras,
um rosário de velas soprado pelos lábios,
o fumo que se ergue para os céus.
A voz corria pela planície,
embarcava num veleiro de cinza,
crescia no matagal do coração.
Se havia névoa, esperávamos a brisa matinal,
e tudo se decompunha pelo ruído do tempo.
Fragmentos de madeira, restos de vidro,
a poalha iluminada pelo sol.
Em silêncio, vejo o mundo dissolver-se
e espero que o vento limpe os campos
e leve para longe as folhas
onde, anónimo, um dia escrevi o teu nome.
Mais um poema belíssimo.
ResponderEliminarSobre as folhas "em branco" se escreve o nome que se trás escrito no peito. Mesmo sabendo do vento...
Abraço
Muito obrigado.
EliminarAbraço