sábado, 12 de abril de 2014

Metamorfoses 30 - Decifrador, eis um belo trabalho

Giorgio de Chirico - A conquista do filósofo (1914)

30. Decifrador, eis um belo trabalho

Decifrador, eis um belo trabalho.
Ingénuo, acreditei,
pois se me falha a fantasia,

sobeja-me a paixão da fé.
Então, acendi uma vela e vi
a infinita tarefa de a tudo explicar.

A deuses e homens não faltavam razões,
e na ânsia de ir de cifra em cifra,
naufraguei no velho oceano da ilusão.

2 comentários:

  1. Se calhar quando procuramos decifrar as ilusões, morremos de desilusão.

    Abraço

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    Respostas
    1. De certo modo foi o que aconteceu com os velhos mitos. A sua beleza estava na ilusão que os sustentava. Sacrificados no altar do historicismo e da cientificidade, tornaram-se uma desilusão.

      Abraço

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